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Congresso Internacional: “Migrações e Comunicação na Era Planetária: Debates e Ações”

As migrações são hoje um tópico com visível presença no debate público-mediático e no discurso político. Torna-se, portanto, um tema com relevo e que merece ser discutido colectivamente, bem como urge ser aprofundado e expandido.

Paul Klee, Gefecht, 1930

Até 30 de novembro de 2024, o projeto MigraMediaActs dá oportunidade para que trabalhos desenvolvidos sobre este tópico em particular possam ser submetidos para o Congresso “Migrações e Comunicação na Era Planetária: Debates e Ações”, que se realiza entre 29 e 30 de abril de 2025, na Universidade do Minho, em Braga.

As propostas serão revistas por pares e os resultados da avaliação serão enviados até ao dia 20 de janeiro de 2025. Os resumos devem ser submetidos no formulário disponível no site do projeto.

Valorizando a diversidade linguística e a diversidade de formas de comunicação, as propostas (de comunicações orais, painéis e intervenções artísticas) podem ser submetidas em português, inglês, espanhol ou francês, mas as sessões não terão tradução simultânea. O congresso terá sessões presenciais e online.

Partindo de abordagens inter e transdisciplinares, fomentando o diálogo entre diversas áreas do conhecimento e diferentes tipos de saberes, o principal objetivo deste congresso é debater a forma como os estudos da comunicação, da cultura e das migrações podem desafiar noções existentes de diáspora, identidades, culturas, nação, família, literacia, redes digitais, juventude, corpo, género, entre outras e contribuir para a construção de futuros mais justos e inclusivos.

Propõe-se discutir as múltiplas dimensões da comunicação, da arte e do ativismo social, para compreender o seu papel na (re)configuração de espaços e poéticas relacionais e na promoção de uma escuta atenta. Num contexto planetário fragmentado, marcado por “crises” quotidianas, este congresso propõe questionar, repensar e reconstruir percursos comunitários através da comunicação.

São bem-vindas contribuições sobre os seguintes tópicos e outras questões no domínio da comunicação e das migrações:

* Migrações, descolonização do conhecimento e comunicação da ciência
* Comunicação intercultural e média
* Ativismos mnemónicos, artes e média
* Cultura mediática, processos de racialização e interseccionalidades
* Produções mediáticas e práticas artísticas de pessoas migrantes e racializadas
* Migrações, média e investigação-ação
* Migrações, ativismo mediático e mudança social
* Experiências de (im)mobilidade e suas mediações
* Migrações e ecotransição
* Comparações transnacionais das práticas dos média na comunicação das migrações
* Representações mediáticas das migrações
* Experiências mediadas de migração familiar
* Tecnologias digitais e governança das migrações e das fronteiras
* Desafios e inovações nas metodologias para os estudos da comunicação e das migrações
* Outros, não nomeados, mas que estejam relacionados com a temática

Cartaz do Congresso

Quando a esmola é grande. A industrialização do interior

Obras na zona industrial de Alvaredo, em Melgaço. 2023. Fotografia de João Gigante

Junto o artigo “Quando a esmola é grande. A industrialização do interior”, que, na qualidade de membro do Fórum de Cidadania Pela Erradicação da Pobreza – Braga, publiquei ontem, dia 20.02.2024, no jornal Diário do Minho.

Entrevista de Maria Beatriz Rocha -Trindade ao LusoJornal (04/01/2024)

Para unir é preciso amar, para amar é preciso conhecer-se, para se conhecer é preciso ir ao encontro do outro. (Cardinal Mercier)

Cabe-me a honra e o prazer de participar na apresentação do livro mais recente da Maria Beatriz Rocha Trindade, Em Torno da Mobilidade – Provérbios, Expressões Idiomática, Frases Consagradas (editora almaletra, 2023), sexta, dia 12, pelas 18 horas, na Livraria Centésima Página, em Braga, e sábado, dia 13, pelas 11 horas, no Salão Nobre da Câmara de Melgaço, durante a homenagem que o município lhe vai dedicar.

Sei que não parece, mas costumo preparar-me, bem ou mal, para este tipo de exposição. Neste caso, com particular empenho: a Maria Beatriz Rocha-Trindade é uma das minhas principais, por sinal raras, referências da sociologia portuguesa, como cientista e como pessoa. Neste exercício, deparei com uma entrevista dada ontem, dia 4 de janeiro, ao LusoJornal. Uma hora, nem mais nem menos, de uma “conversa solta” deveras interessante.

Permito-me chamar a atenção para os minutos 46 e seguintes em que Maria Beatriz Rocha-Trindade sustenta que, em Portugal, o único museu da emigração “que realmente existe é o de Melgaço (…) acho que esse é realmente o que existe “, precisando que outros municípios manifestaram a intenção ou estão a desenvolver o projeto, tais como Fafe, Matosinhos, Sabugal, Vilar Formosos ou Fundão, mas, até ao presente, só Melgaço conseguiu dar esse passo. Há mais de 15 anos.

António Marrucho entrevista Maria Beatriz Rocha Trindade. Conversas Soltas. LusoJornal, 04/01/2024

Em Torno da Mobilidade: Provérbios, Expressões Idiomáticas, Frases Consagradas

“En este libro la profesora Rocha-Trindade nos ofrece una nueva y original aportación al conocimiento del tema que tan bien conoce, estudiando las relaciones entre las migraciones y la paremiología. El proverbio, con su capacidad para transmitir de manera breve y sintética una realidad, un conocimiento, una  advertencia o un consejo fruto de la experiencia vital, constituyó a lo largo  del tiempo una forma de comunicación de gran valor, en especial en aquellas  sociedades donde primaba una cultura popular iletrada, motivo por el que las  paremias se constituyeron en un vehículo prioritario para la transmisión oral de enseñanzas. De este modo, en sus diferentes manifestaciones (paremias, adagios, máximas, refranes, aforismos o ditados, como también se denominan en gallego y portugués) pasaron a integrar un rico corpus de conocimientos que, a través de una pedagogía cotidiana y doméstica, se grabaron con firmeza en la memoria y en la conciencia de la población. Escribió el poeta Horacio: “Los que atraviesan los mares cambian de cielo, pero no de alma”, y ciertamente, el que emigra no lo hace solo; más allá de la saudade por la tierra que dejó, por los familiares y amigos ausentes, lleva consigo un acervo cultural asumido desde la infancia que forma parte de su personalidad, de su modo y manera de entender la vida.” (Domingo L. Gonzalez Lopo, “Nota de Abertura”, in Maria Beatriz Rocha-Trindade, Em Torno da Mobilidade: Provérbios, Expressões Idiomáticas, Frases Consagradas, Viseu, Ed. Alma Letra, 2023, pág. 8).

Lançamento do livro Em Torno da Mobilidade: Provérbios, Expressões Idiomáticas, Frases Consagradas, de Maria Beatriz Rocha-Trindade. Hotel Vila Galé – Tavira, 5 de novembro de 2023

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Capítulo “Potencialidade Simbólica da Imagem no Quadro do Percurso Migratório”, in Maria Beatriz Rocha-Trindade, Em Torno da Mobilidade: Provérbios, Expressões Idiomáticas, Frases Consagradas, Viseu, Editora Alma Letra, 2023, págs. 33-54 (pdf).

Castro Laboreiro até aos anos 1930: acessibilidade e migrações

Por Albertino Gonçalves & Américo Rodrigues

Américo Rodrigues é “da casa”, do “monte”, castrejo, e Albertino Gonçalves, da “ribeira”, intruso, pelica. Bastante diferentes. Mas entendem-se. São auspiciosas, embora raras, as iniciativas de colaboração entre pessoas distintas. O propósito inicial consistia numa abordagem geral, panorâmica, da história de Castro Laboreiro. A extensão e a complexidade do tema e da informação recolhida recomendaram a divisão por partes.

Esta primeira parte não ultrapassa as primeiras décadas do século passado. Pondera, principalmente, a questão do pretenso e proverbial “isolamento da comunidade castreja”. Fica, assim, adiado o estudo das mudanças que se acentuaram a partir dos anos 1930. O conjunto do estudo privilegia uma dimensão estimada relevante: o desenvolvimento e assunção de uma hiperidentidade local. A propósito dos portugueses, Eduardo Lourenço define a hiperidentidade como “uma quase mórbida fixação na contemplação e no gozo da diferença que nos caracteriza ou nós imaginamos tal no contexto de outros povos, nações e culturas” (Nós e a Europa ou as duas razões, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1990, p. 10). Este excesso, concretizado em práticas e crenças, tornou-se notório entre os vimaranenses durante a Capital Europeia da Cultura de 2012. Até que ponto e de que modo também carateriza os castrejos? Como se desenvolveu e se sustenta? Esta promessa representa um desafio imprudentes que só a confiança na equipa justifica.

“Castro Laboreiro até aos anos 1930: acessibilidade e migrações” integra o livro Quem Somos Os Que Aqui Estamos: Castro Laboreiro e Lamas de Mouro, que será apresentado segunda dia 14 de agosto, às 22:00, no Centro Cívico de Castro Laboreiro, no contexto da Festa C(r)asteja. Seguem o texto do capítulo, a Ficha Técnica, o Índice e a Introdução do livro e o programa da festa.

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Capítulo “Castro Laboreiro até aos anos 1930”

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Ficha Técnica, Índice e Introdução do livro

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Programa da Festa C(r)asteja