Conferência de António Menéres em Amares – 27 de janeiro
Amigos
No sábado, dia 27 de Janeiro, pelas 4 da tarde, o arquitecto António Menéres vai estar na Biblioteca Municipal de Amares a falar sobre o trabalho que realizou, há exactamente 70 anos atrás, de inventariação da arquitectura popular do concelho. Nessa altura, o Sindicato dos Arquitectos estava a levar a cabo um trabalho extraordinário de inventário da nossa arquitectura vernácula. Na zona Norte, quem coordenou os trabalhos foi o arquitecto Fernando Távora. Quem executou, foram os arquitectos tirocinantes Rui Pimentel (1924-2005) e António Menéres (1930).
E será precisamente com António Menéres que iremos conversar, melhor, ouvir, pois ele com os seus 93 anos é um comunicador extraordinário, para além de um poço de vivências e de sabedoria. Verão que vai ser uma tarde muito bem passada.
Apareçam
abraços
eduardo pires de oliveira
Ciclo de debates: “Gestão do património cultural: que futuro?”
No quadro das últimas alterações legislativas que prevêem mudanças significativas na gestão do Património Cultural, o Doutoramento em Estudos Culturais da Universidade do Minho, com o apoio institucional do Centro do Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) e da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH), em parceria com Centro de Investigação em Justiça e Governação (JusGov) e o Centro Cidadania Digital & Sustentabilidade Tecnológica (CitDig), organiza um ciclo de debates, intitulado: “Gestão do património cultural: que futuro?”
Estas iniciativas vão ocorrer nos dias 29 de novembro e 6 de dezembro, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga, entre as 21h e as 23h.
Segundo o programa abaixo, o primeiro debate, subordinado ao tema, “Novo quadro legal da gestão do património cultural”, conta com a participação de Elvira Rebelo (DRCN), Susana Marques (TNSJ), Pedro Silva (ESE/PPorto) e Manuel Protásio (ED/UMinho). A conversa será moderada por Manuel Gama (CECS).
A segunda sessão dedica-se ao tema, “Exequibilidade do novo quadro legal da gestão do património cultural, implicações”, estarão presente Paulo Lopes Silva (CMG), Alexandra Lima (MDDSousa), Aida Mata (AAT) e Armando Malheiro (ASPA), e conta com a moderação do Professor Luís Cunha (ICS).
A modalidade dos debates segue uma dinâmica de conversa com moderação. Ou seja, o moderador vai lançando questões, mas as pessoas são livres de se interpelar em estilo de conversa. No final, haverá espaço para que o público presente faça questões.
Apelamos à presença daqueles que manifestam interesse por estas questões e desejam participar no debate!
O cocho dos porcos numa cozinha da Idade Moderna
Eu já não cresci com esta realidade. No ano do meu nascimento os meus pais compraram um fogão de ferro, que então estava na moda e permitia um cozinhar mais limpo e higiénico. Tinha ainda a vantagem de ter um forno sempre pronto para fazer inúmeras iguarias. Também tínhamos um fogão de gás que se usava para comidas mais rápidas. O Fogão de lenha tinha imbutidas duas panelas. Uma servia para ter sempre água quente disponível a outra servia para cozer a lavagem dos porcos. Este, não vivia próximo da cozinha. Estava um pouco mais afastado, mas não muito longe.
Mas esta é uma organização de uma casa do século XX. Nos séculos passados as cozinhas e os seus acessos eram bem diferentes, muito próximas da cozinha da minha avó.
Deixo as cozinhas familiares e entro numa cozinha monástica da Idade Moderna. As dinâmicas são diferentes. A cozinha do Mosteiro de Tibães, por exemplo, tem uma dimensão que quase se assemelha às nossas casas actuais. Tem uma ante-cozinha, que liga directamente ao Refeitório. Aqui se guardavam as louças, se localizam os fogões de pedra, que não são mais do que fogareiros imbutidos. No espaço central da cozinha está uma enorme lareira que nunca se apagava. Sobre a fogueira o caldeirão central, à volta as rodas dos presuntos e dos chouriços; do lado nascente as pias, onde haveria sempre água e onde se faziam as lavagens; do outro lado, virada a poente, a casa do forno. Ao centro está uma mesa de pedra para serviço de algumas refeições aos criados. Do lado poente, junto à porta de entrada, o cocho dos porcos. Já fora da cozinha encontramos uma pia para despejos e uma mesa para cortar as carnes e matar pequenos animais. Esta cozinha tinha ainda no seu interior um andar superior onde dormiria o cozinheiro.
Portanto, nesta cozinha viviam, num convívio diário, o cozinheiro e o porco. O mesmo acontecia em todas as outras cozinhas até ao século XX. Mais perto ou mais afastado, ou mesmo dentro da cozinha, o porco convivia com os seus donos e era naturalmente como os seus restos que se alimentava.
Esta realidade não foi assim entendida pelos arquitectos que nos últimos anos dirigiram as obras do Mosteiro de Tibães. Entendeu-se na altura que o porco não poderia ter estado dentro da cozinha. Apesar de ainda lá terem ficado as estruturas do espaço que lhe era reservado, foi interpretado como um uso posterior à extinção do Mosteiro, quando a cozinha deixou de cumprir todas as suas funções. O cocho dos porcos foi destruído.
Nesse entretanto, alguns documentos trouxeram a lume a realidade da sua existência junto da cozinha. É exemplo o Mosteiro de São Bento de Coimbra, onde, em 1758, se diz que o “curral dos porcos, que tem a pia junto da cozinha em forma que todas as lavages vão cahir nella e a outra parte tem hum postigo pera se barrer a cozinha e por elle lançar o sisco ao curral e os sobejos da hortaliça e de tudo o mais que pode servir aos porcos”. Mas não só o cocho dos porcos poderia estar dentro ou ao lado da cozinha. No Mosteiro de Alpendurada, pela mesma altura, fez-se no seu interior uma capoeira de madeira.
De facto, perante o conceito que hoje temos do que é uma cozinha e de como deve estar organizada, vai uma diferença abismal para com as cozinhas dos tempos mais antigos. Contudo, em nada se distanciavam do objectivo de apresentar à mesa uma comida “limpa e concertada”. Esse era e continua a ser o desafio!
Maniera: A Arte do Artista
O maneirismo, menosprezado durante quatro séculos, permanece pouco conhecido. Trata-se, porém, de uma das correntes mais inovadoras e ousadas da história da arte. Sendo raros os textos e as imagens que lhe são consagrados, o vídeo Maniera – A Arte do Artista, uma mostra de obras anotadas, representa um contributo, por modesto que seja. O fundo musical é composto por folias, um tipo de música e dança de origem portuguesa em voga no século XVI).
Acompanham o vídeo um apontamento, para contextualização, e uma galeria com uma seleção de imagens, para ajuda à visualização e eventual descarga.
Faltou à conversa “Os Antepassados do Surrealismo: o Maneirismo” (Braga, 27 de maio de 2023) uma apresentação genérica dedicada ao maneirismo, correspondente à que foi projetada para o surrealismo. Segue uma espécie de justificação autocrítica escrita logo no dia seguinte.
“Ontem teve lugar a conversa “Antepassados do Surrealismo: o maneirismo”. Estavam previstos 60 minutos, durou 2 horas. Mais do que riqueza, este prolongamento revelou impreparação. Se tivesse ensaiado antes, teria cortado algumas partes e abreviado outras. A justeza, a fluidez e a naturalidade constroem-se, treinam-se e testam-se.
O que aconteceu? Uma notícia intempestiva corroeu a motivação: os jogos do F.C. Porto e do S.L. Benfica, em que se decidia o campeonato, foram remarcados coincidindo com a conversa. Manifesta-se difícil imaginar maior desvio de público. Este percalço irritou-me. É certo que a vida é feita de acidentes de percurso. Faltavam cinco dias e a divulgação já estava em curso. Sensível a contrariedades imponderadas, embirrei e bloqueei. Uma conversa não se justifica se não partilhar algo de original. Não é óbvio partilhar sem público. Acresce o combustível do prazer. Estavam em causa a partilha e o prazer.
Capaz de me entregar sem reservas a um desafio, também me desligo ao mínimo estorvo ou desagrado. A conversa ganhava naturalmente com uma seleção de imagens dedicada ao maneirismo em geral. Tarefa que pouco estimulante, releguei-a para o fim. Com o contratempo do futebol, se pouco me entusiasmava, deixou de o fazer. Amuei e passei a dispensar. Como pitada de indulgência, convenha-se que, atendendo à diversidade, complexidade e dificuldade de descodificação das obras maneiristas, uma mera projeção abreviada de uma dúzia de imagens arriscava revelar-se incipiente e, porventura, mais confusa do que esclarecedora. Quando o público acusou a falta dessa apresentação, a resposta foi imediata, desconcertante e honesta: talvez houvesse interesse, mas não vontade.
Em suma, procedi mal! Tanto a conversa como o público mereciam algumas horas de dedicação adicional. Nem sempre sou racional. Acontece-me ser improcedente, inconstante, caprichoso e casmurro. O público merecia, de facto, melhor. Apesar das circunstâncias adversas, marcou presença, resistindo à sereia da bola. Repito, merecia melhor, sobretudo menos quantidade e mais qualidade. Mas, pelos vistos, ainda queria mais!”
Há males que vêm por bem! Atendendo à urgência, a apresentação a devido tempo sobre o maneirismo seria breve, pouco original e de pouco alcance, à semelhança, aliás, da dedicada ao surrealismo. Com um sentimento de culpa, acabei por encará-la como uma penitência; e o que era para despachar em cinco dias demorou quase quinze semanas. Creio que valeu a pena. Adiar pode compensar!
Galeria: Seleção de obras maneiristas
As Casas-Museu ou o privado versus público
Falar das Casas-Museu é viajar pela fronteira entre o espaço privado – a Casa – e o espaço público – o Museu. É partir da nossa atração natural pelo domínio do particular e da intimidade e estendê-lo ao domínio público pelas valências da conservação, do estudo e da memória. A curiosidade pelo ambiente doméstico e privado da casa, a sugestão de aproximação intimista ao outro, ao interior dos seus sentimentos e da sua mente, suscita o interesse coletivo e assim se transforma o espaço e a memória pessoais numa memória pública. Tratando-se de espaços de vida que retratam não só a vida quotidiana e a personalidade de quem lá viveu, mas também o seu enquadramento na época, na sociedade, na região, estão assim criadas as condições para o seu interesse histórico e a sua função cultural. Pelos objetos e pela sua disposição e enquadramento, poderá perceber-se como se organizava a vida doméstica e o quotidiano numa determinada época ou cultura, ou então os gostos e as profissões de quem lá viveu.
Não se trata de uma mera acumulação museográfica de objetos históricos, pois neste caso o local não teria grande importância. Trata-se antes de vivências concretas que retratam formas de vida num determinado sítio com uma também determinada organização social e política, quantas vezes até, psicológica.
Na casa-museu a memória pessoal (componente imaterial) é sempre o elemento aglutinador de um diálogo entre os objetos (o material) e a casa (o imóvel). Um ambiente privado e íntimo cria um fascínio especial capaz de pôr a imaginação a trabalhar e atrair um público despertando-lhe sentimentos e memórias que no dia a dia lhe escapam. A casa-museu conta histórias de pessoas num ambiente humano de fácil apreensão e emoção.
Predominantemente a casa-museu está relacionada com uma individualidade de vulto no campo das artes, da cultura, da finança, da aristocracia, da ciência ou da tecnologia, promovendo um símbolo de identidade nas populações locais e provocando nestas um sentimento de orgulho.
Noutros casos, porém, são preservadas casas de pessoas simples, muitas vezes representativas de momentos históricos, ou de grupos sociais e modos de vida de determinado local ou região como é o caso das Casa-Museu de carácter etnográfico. Há casas-museu de pessoas comuns que contam a história da vida quotidiana coletiva, de imigrantes ou de trabalhadores de ofícios que ajudam a preservar a história e a cultura de uma determinada época e lugar, as tradições e costumes de um povo. Estas casa-museu podem ser tão interessantes quanto as de figuras históricas ou personalidades famosas.
Citando alguns exemplos de casa-museu famosas ao redor do mundo poderemos referir o Museu Van Gogh em Amsterdão, o Museu Frida Kahlo na Cidade do México ou, em Lisboa, a Casa-Museu Fernando Pessoa. Enfim, mais próximo de nós, o Palácio dos Biscainhos em Braga, como testemunho de uma casa da aristocracia urbana do século XVIII, com o seu mobiliário, pinturas, esculturas, objetos de arte.
Pelo impacto que teve em nós, testemunho de complexidade e, simultaneamente, de integração de referências universais num propósito deste tipo, destacamos, o exemplo da Casa Fortuny no Campo San Beneto, em Veneza, que tivemos o privilégio de visitar recentemente (fotos).
O artista e designer espanhol Mariano Fortuny (1871-1949), natural de Granada e de uma família de artistas, adquiriu a casa gótica veneziana, construída no século XV, transformando-a no seu estúdio e residência pessoal a partir de 1902. Após a morte de M. Fortuny, a casa foi mantida pela família e, em 1975, foi aberta como um museu, exibindo muitos dos móveis por si criados, bem como uma grande coleção das suas pinturas, desenhos, fotografias e roupas. Numas salas podemos ver as suas famosas criações de moda, noutras os quadros pintados por ele, as esculturas, as estamparias em tecidos, as fotografias, o design de lâmpadas e lanternas, os cenários para teatro e cinema que ele também criou. Mas, sobretudo, participamos dessa ambiência compósita de modelação entre o ocidente histórico e os orientalismos venezianos, que se projetam quer na decoração da casa – os contrastes de luz, com os seus reflexos interiores ou a brisa ondulando os longos cortinados – quer nas vistas sobre os telhados da cidade e a sua atmosfera.
Atualmente, a Casa Fortuny é uma das principais atrações culturais de Veneza. O Museu Fortuny é uma grande oportunidade de conhecer a extraordinária vida do versátil e inovador Mariano Fortuny e mergulhar no seu tempo, além de visitar um palácio veneziano muito bem conservado.
Já no que respeita a Casas-Museu que através das histórias e das memórias de pessoas simples nos permitem conhecer o passado ou preservar tradições, podemos dar exemplos não menos significativos. É o caso da Casa de Anne Frank em Amesterdão onde é possível conhecer a história da família e o diário que Anne escreveu enquanto permaneceu escondida da ocupação nazi. Ou do Tenement Museum, nos Estados Unidos, que conta a história de imigrantes nos prédios residenciais onde viveram, entre o final do século XIX e o século XX, mostrando as suas durascondições de vida na época. Outro exemplo é a Casa-Museu do Sertanista em Botucatu, em S. Paulo, no Brasil, situado na residência do sertanista Cândido Rondon, um dos principais desbravadores do interior do Brasil no início do século passado, onde se pode conhecer uma coleção de artefactos, fotografias e documentos que retratam a vida e a cultura dos povos indígenas do sertão brasileiro.
Em território português apresentamos o exemplo da Casa-Museu dedicada ao pescador da Nazaré que representa a casa típica da família de um pescador nazareno, ligada à venda de peixe nas décadas de 1930-1950, com utensílios e mobiliário representantes da arte da pesca. Ou o exemplo da Casa-Museu de S. Jorge da Beira, casa típica da região da Covilhã, em xisto, que retrata as formas de vida dos habitantes da vila no passado.
Existem muitas outras Casas-Museu em todo o país mas, como nos diz António Pontes ao analisar a diversidade das Casas-Museu em Portugal e a sua integração nas propostas de classificação internacional, o seu número é muito reduzido já que, sob a capa de casas-museus se encontravam museus de diferentes tipos: “as casas-museu não podem ser consideradas como as instituições que salvaguardarão unidades de coleção ou memórias indiferenciadas, devendo antes ser consideradas unidades museológicas com referências especiais, para preservar memórias de pessoas especiais” A. Pontes (2007).
Ana Maria Macedo, Maio 2023
Ana Maria Macedo, doutorada em Estudos Culturais (2019) pela Universidade do Minho em parceria com Universidade de Aveiro, na área de Sociologia da Cultura, é investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). Entre as suas publicações destacam-se as obras: Família, Sociedade e Estratégias de Poder (1750-1830): A família Jácome de Vasconcelos da Freguesia de S. Tiago da Cividade, Braga (1996) e Memórias e diário íntimo de um fidalgo bracarense (1787-1810) (2013).
Vacinas do Pensamento
Entrevista a Álvaro Domingues
Importa imaginar para conhecer. Descolar da realidade para a descobrir. Desviar-se do rigor ruminante da “ciência normal” (Thomas S. Kuhn). E namorar a filosofia, as letras, as artes… Resgatar, até, o senso comum. Trata-se de uma opção que tem a virtude de franquear outras janelas para outros mundos, os “mundos da vida”. Sem eclipsar nem o “coeficiente humanístico” (Florian Znaniecki) nem a “dimensão acústica” (Marshall McLuhan) da experiência social. Quantos sociólogos podem rivalizar, por exemplo, com Marcel Proust ou Thomas Mann no retrato da ritualização quotidiana ou com Francisco de Goya na figuração do poder?
Álvaro Domingues assume-o. Instado por Diniz Cayolla Ribeiro a selecionar algumas obras chave para o entendimento da realidade contemporânea, convoca Todos os Nomes (1997), de José Saramago, Os Transparentes (2012), de Ondjaki, Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico (1945), de Orlando Ribeiro, e a poesia de Rui Lage. Dois romancistas, um poeta e um geógrafo, o mais literário e criativo dos cientistas sociais portugueses.
O Álvaro, excelente conversador, é um provocador inspirador e sedutor. Também um excelente parceiro de percurso. Inquieto e atento, mas ancorado num fundo seguro e sereno, lembra um todo-o-terreno com suspensão Rolls-Royce a palpitar paisagens adormecidas. É um explorador, um cúmulo de “serendipidade”, um rastreador de fenómenos “inesperados, anómalos e estratégicos” (Robert K. Merton). Não hesita em tentar os limites! No rio, não bastam as águas pasmadas da pesqueira, deixa-se levar pelas correntes revoltas; na praia, escala falésias escarpadas; e na serra, não há tojal que o demova. Quem não ousar acompanhá-lo, que se entretenha à espera. O Álvaro é assim! Sente-se na sua pele tanto só como acompanhado, tanto a idealizar como a concretizar.
Entretanto, a vida continua e a sabedoria já não é o que era. Desafina, senta-se cada vez menos nos coros e nos cadeirais institucionais. “Pelo sonho é que vamos (…) Chegamos? Não Chegamos? – Partimos. Vamos. Somos” (Sebastião da Gama, Sonho, in Pelo Sonho é que Vamos, 1953).
Comentários Recentes