A arte de partilhar a arte

No esmerado e copioso catálogo We Must Take Action da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira (16 Jul – 31 Dez 2022), Rui Teixeira, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, apresenta o evento com as seguintes palavras:
“Seja bem-vindo(a) a mais uma edição da Bienal mais antiga da Península Ibérica.
A história faz-se com a vontade, a determinação, a inteligência e os sonhos dos homens.
Com os seus actos ao longo dos tempos e aqui, concretamente, com quarenta e quatro anos de valorização de um território ímpar e de afirmação de Vila Nova de Cerveira como a “Vila das Artes”, um projeto construído com base na vontade de democratização da Arte.
O desafio de transportar a arte contemporânea até ao espaço rural foi cumprido, tendo evoluído de tal forma que se tornou num dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas em Portugal e um marco da descentralização cultural.
É, assim, um orgulho ver este certame abrir novamente as portas dando início a uma programação de excelência, com encontros e reencontros, debates com aprofundamento da Arte Contemporânea e, acima de tudo, um desafio para colocar os artistas e todos os que nos visitarem a olhar e pensar o mundo reflectindo sobre as emergências globais.
A arte é o farol da sociedade e a vanguarda da humanidade.
Esta edição marcará um ponto de viragem e de evolução com uma decisiva aposta assente em três vetores: educação, aproximação aos Cerveirenses e às freguesias e internacionalização.
Acredito que na “Vila das Artes” é fundamental sensibilizar e incutir na população o valor de todo esse património cultural e ir ainda mais além.
É urgente ir ao encontro das pessoas e levar a arte a todos, sem exceção.
Mostrar o poder da arte para mudar o mundo, para abrir uma nova renascença, um novo renascimento. Abandonando, desse modo, alguma entropia e passividade.
É assim que refletiremos as problemáticas atuais e que conseguiremos trilhar o caminho para as soluções que se tornam necessárias.
Não é suficiente acompanhar a evolução dos tempos e da sociedade. Temos a obrigação de estar à frente de tudo isso.
Hoje já não podemos fechar os olhos ao processo de transição digital que se afigurou imprescindível num período em que todos ficamos apenas virtualmente conectados e também por isso esta edição será realizada em modelo híbrido permitindo, desta forma, chegar a mais públicos e unindo mais vozes em torno deste projeto de valorização da Arte Contemporânea como forma de pensar o mundo.
Todos “devemos agir” e já!”
(We Must Take Action: XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira – 16 Jul – 31 Dez 2022. Impressão: Norprint. 2022).
A XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira cumpriu-se. Renovou-se excedendo-se, no bom sentido da palavra. Resta uma auspiciosa promessa. Acaba de ser disponibilizado o documentário com o balanço desta edição da Bienal. Manifesta-se oportuno partilhá-lo, bem como a mensagem eletrónica que o acompanha, da autoria da Fundação Bienal de Arte de Cerveira. Como complemento, sugerem-se os “Apontamentos sobre o ensino da Sociologia da Arte”, que desenvolvi na Conferência Internacional “We Must Take Action #3 O Ensino Artístico no Desenho do Futuro da Arte”, em Vila Nova de Cerveira, no dia 18 de novembro de 2022. Está cessível no seguinte endereço: https://tendimag.com/2022/11/25/apontamentos-sobre-o-ensino-da-sociologia-da-arte/.
2022 foi ano de XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Entre 16 de julho e 31 de dezembro, Vila Nova de Cerveira foi palco deste certame dedicado à produção artística contemporânea. No total, foram apresentadas 270 obras, de 318 artistas de 29 países e contabilizados cerca de 25 mil visitantes e participantes na programação paralela.
Assinalando 44 anos, a bienal de arte mais antiga da Península Ibérica quis agir e colocar os artistas a pensar o mundo e as suas emergências globais. Através do tema “WE MUST TAKE ACTION / DEVEMOS AGIR” pretendeu-se refletir sobre questões urgentes como o ambiente e a sustentabilidade, um desafio que foi lançado à comunidade artística e ao público em geral.
Com direção artística de Helena Mendes Pereira, o evento adotou o modelo de 1978, com algumas novidades nas orientações programáticas: homenagem a Helena Almeida, país convidado – Japão, concurso internacional, artistas convidados, conferências internacionais, residências e intervenções artísticas, atividades em todo o concelho de V. N. de Cerveira, polos de exposição no Minho e na Galiza, projetos curatoriais, oficinas e visitas orientadas e arte em espaço público.
No âmbito do programa “De Município das Artes a Município para as Artes”, com curadoria de Mafalda Santos, participaram 30 artistas em 15 residências artísticas, nas 15 freguesias de Vila Nova de Cerveira. Foram realizadas 50 visitas orientadas e 40 atividades paralelas (ateliers e workshops, conferências, formações, apresentações públicas, intervenções artísticas, etc.) (Fundação Bienal de Arte de Cerveira. Documentário da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira já se encontra disponível online!. Mensagem eletrónica de 28-04-2022).
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