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Castro Laboreiro – identidade em fuga

Por Álvaro Domingues

Da capa do livro

Lançado há duas semanas, no dia 31 de julho, Quem Somos Os Que Aqui Estamos: Castro Laboreiro e Lamas de Mouro é o quinto livro publicado no âmbito do projeto homónimo Quem Somos Os Que Aqui Estamos?, associado ao MDOC- Festival Internacional de Documentário de Melgaço, promovido pela Associação Ao Norte e pela Câmara Municipal de Melgaço. Conta com o contributo de vários autores: Álvaro Domingues, Dulcelina Fernandes, Valter Alves, Natália Fernandes, Albertino Gonçalves, Américo Rodrigues, José Domingues, Daniel Maciel e João Gigante.

O Margens compraz-se partilhar o capítulo “Castro Laboreiro – Identidade em Fuga”, da autoria de Álvaro Domingues. Como complemento, acrescenta-se a Ficha Técnica, o Índice e a Introdução do livro, bem como uma pequena galeria com uma dúzia de fotografias selecionadas de um conjunto que ultrapassa a centena.

Está prevista uma apresentação do livro segunda dia 14 de agosto, às 22:00, no Centro Cívico de Castro Laboreiro, com a presença dos autores.

Capítulo

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Ficha Técnica, Índice e Introdução

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Galeria de Fotografias

MDOC confirma presença de iraquiano Maythem Ridha e lança candidatura para concurso de cartazes de cinema

Já há datas para o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço de 2023. O festival minhoto regressa entre 31 de julho e 6 de agosto e anuncia hoje a primeira presença internacional confirmada: Maythem Ridha. O cineasta e fotógrafo iraquiano orientará uma masterclass sobre a sua experiência na realização de projetos de cinema e fotografia no Médio Oriente e Norte da África, em ambientes, por vezes, hostis. Mostrando excertos dos seus vários projetos de filmes e fotografia, Ridha partilhará ainda notas sobre a linguagem cinematográfica que tem vindo a desenvolver na intersecção entre documentário e ficção. A masterclass terá lugar a 4 de agosto, pelas 10h00, na Casa da Cultura de Melgaço. 

Maythem Ridha passou os seus anos de formação no Iraque antes de fugir com a família para o exílio. Enquanto cineasta tem visto os seus filmes serem selecionados para festivais de cinema por todo o mundo. Ali and His Miracle Sheep, o seu mais recente filme, teve a estreia mundial no Sheffield Doc Fest 2021, tendo vencido o  prémio de Melhor Filme. Enquanto fotógrafo, o seu trabalho foi publicado e exibido em várias mostras individuais e exposições conjuntas. Vencedor do Prémio Al Hambra de Excelência nas Artes, Maythem trabalha com uma ampla gama de projetos internacionais, além de coordenar workshops e masterclasses em cinema e fotografia. 

Anunciado também o período de recepção de candidaturas do Prémio Jean-Loup Passek para o melhor cartaz de cinema. A inscrição dos cartazes do concurso é gratuita e poderá ser feita até dia 30 de junho. O prémio será atribuído ao designer de um cartaz original criado para promover um filme documentário, de animação ou de ficção, de curta, média ou longa-metragem, com produção portuguesa ou galega. O júri que avaliará os candidatos é composto por: a artista multidisciplinar Mafalda Salgueiro, a ilustradora e professora Marta Madureira e o realizador, produtor e crítico de cinema Simone Saibene

Mais informações e regulamento em http://www.mdocfestival.pt.

Reencontro biobibliográfico

Albertino Gonçalves

Quem fica. Fotografia de João Gigante. 2019

Deparei-me hoje, inesperadamente, online, com o artigo “La emigración portuguesa hacia Francia en la sigunda mitad del siglo XX: breve caracterización”, publicado, em coautoria com José Cunha Machado, na revista Migraciones y Exilios (3-2002, pp. 117-137). Tinha-lhe perdido o rasto, a tal ponto que, aquando do registo no currículo do CIENCIAVITAE, nem sequer lhe soube indicar a paginação. Um lapso obtuso, à luz dos cânones académicos, visto tratar-se de um contributo internacional. Não interessa! Agradeço esta surpresa uma partilha recente do seu tradutor: Benito Bermejo. Tamanha é a satisfação, que entendo partilhar o texto. Um motivo adicional impele. Volvidos vinte anos, retomo o tema da emigração. Na verdade, após um prolongado e quase absoluto retiro, estou a regressar a quase tudo.

Estou a estudar, com o Américo Rodrigues, as migrações em Castro Laboreiro até aos anos trinta do século passado, no âmbito do programa de investigação e intervenção Quem somos os que aqui estamos? Trata-se de uma iniciativa, inaugurada em 2016, associada ao MDOC Festival Internacional de Documentário de Melgaço, promovido pela AO NORTE – Associação de Produção e Animação Audiovisual e pelo Município de Melgaço. À equipa, composta também por Álvaro Domingues, Daniel Maciel, João Gigante, Carlos Eduardo Viana e Rui Ramos, cumpre dedicar-se, cada biénio, sucessivamente, a um agrupamento de freguesias do concelho. Após Parada do Monte e Cubalhão, primeiro, e Prado e Remoães, em seguida, estamos a concluir a União das Freguesias de Castro Laboreiro e Parada do Monte. De cada “caderno de encargos” constam a publicação de dois livros com imagens e textos, um com fotografias produzidas pela equipa, o outro com fotografias recolhidas junto da população, a promoção de duas exposições e a organização de vários encontros científicos e culturais. Já foram editados os livros Pedra e Pele (2018), Festa (2018), Quem fica (2019) e Uma Paisagem Dita Casa (2022). Um dos livros teima em permanecer no prelo. O mais recente, dedicado à freguesia de Lamas de Mouro, inclui o capítulo “A ave, o casal e a lápide: as esculturas da porta da igreja de São João Baptista de Lamas de Mouro”, uma boa ilustração da forma de investigação e comunicação que tenho vindo a adotar. Permito-me disponibilizá-lo também no Margens.

Salto. Fotografia de João Gigante. 2016

Albertino Gonçalves

Natural de Melgaço, doutorado em Sociologia, investigador do Centro de Estudos Comunicação e Sociedade, autor de Imagens e Clivagens: Os residentes face aos emigrantes (1996), Métodos e Técnicas de Investigação Social (1998), A Romaria da Srª da Agonia. Vida e Memória da Cidade de Viana (2000, c. Moisés de Lemos Martins & Helena Pires), As Asas do Diploma: a inserção profissional dos licenciados pela Universidade do Minho (2001), Da Universidade para o Mundo do Trabalho: Desafios para um Diálogo (2001, c. Leandro S. Almeida, Rosa Vasconcelos & Susana Caires), Dar vida às letras: promoção do livro e da leitura (2007, c. Fernanda Leopoldina Viana & Maria de Lourdes Dionísio), Vertigens do Barroco em Jerónimo Baía e na Actualidade (2007, c. Aida Mata, Ângela Ferreira & Luís da Silva Pereira), Perspectivas de Desenvolvimento do Município de Monção (2008, c. José Cunha Machado, Miguel Bandeira & Victor Rodrigues), Vertigens: para uma sociologia da perversidade (2009), A idade de ouro do postal ilustrado em Viana do Castelo (2010), Guimarães 2012: capital europeia da cultura: impactos económicos e sociais: relatório intercalar (2012, c. Rui Vieira de Castro, Fernando Alexandre et alii), Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura: impactos económicos e sociais: relatório final (2013, c. Rui Vieira de Castro, José Cunha Machado et alii).